quarta-feira, abril 23, 2003

ENSINO SUPERIOR – I
Nós, Os Marretas, estamos muito atentos a todas as reformas. Pelo menos aqui no camarote! Lá para dia 8/9 de cada mês lá vamos nós buscar o dinheirito ao banco para o meter debaixo do colchão. Não rende juros, como no banco, mas também não nos cobram despesas de manutenção nem nos obrigam a comprar um cartão de crédito.
Mas em frente.
Agora vamos ter uma reforma no Ensino Superior. A ideia é boa, mas o documento de orientação deixa muito a desejar. Por isso iniciamos hoje um debate sobre esta reforma.
Capítulo do financiamento (páginas 21 e 22): «Tendo em vista fomentar o sucesso escolar, os alunos que não obtenham aproveitamento em pelo menos 50% das Unidades Curriculares em que se inscreveram no ano anterior, sofrerão uma penalização, traduzida no agravamento da respectiva propina.» Enfim, até aqui tudo bem.
Confesso que sou contra as prescrições. Se um jovem gosta de estudar – ou passear os livros – e pode pagar, porque razão não há-de poder andar a vida toda na universidade? Desde que pague o agravamento, deixá-lo andar. No fundo até financia os estudos dos outros. É um Mecenas, é o que é!
Mas continuemos. Quatro parágrafos depois diz-se que «O Estado (…) poderá celebrar contratos programas com as instituições de ensino superior, nomeadamente nas áreas de:» espantem-se almas de Deus, «combate ao insucesso escolar».
Estão a ver o sistema. Quando faltar dinheiro, as universidades só têm que reprovar em mais de 50% das cadeiras o número de alunos necessário para tapar o buraco: recebem a verba correspondente à penalização dos alunos e o Estado ainda lhes dá uns cobres para combater este insucesso escolar. Elementar meu caro Lynce!
WALDORF