quinta-feira, maio 15, 2003

LUA-DE-MEL, LUA DE FEL
Terminou o curto idílio que uniu a Associação Académica de Coimbra e o reitor da universidade. Com a cabeça do antigo reitor pendurada na sua sede, a AAC pensou que podia fazer gato-sapato do novo inquilino da reitoria. Azar. Seabra Santos não está para brincadeiras e não admite, e bem, que os meninos impeçam professores, funcionários e colegas de entrar nos seus locais de trabalho.
O presidente da AAC, que já marcou nova greve, lançou um repto. “Se não querem as portas fechadas a cadeado, juntem-se à greve”. Que é como quem diz:
O professor que vai preparar aulas ou corrigir testes que fique em casa. Os funcionários das cantinas vão para uma esplanada beber imperiais enquanto os alunos que habitualmente recorrem às cantinas passam fome. Os funcionários que recebem bens de consumo na universidade telefonam às empresas de entregas e mandam tudo para trás. As centenas de pessoas que têm consultas e exames marcados na Faculdade de Medicina voltam para casa e esperam mais seis meses pela marcação de um novo exame. Que culpa tem esta gente? Nenhuma. E porque têm de sofrer as consequências do movimento estudantil? Porque a greve não é livre: é obrigatória. Estranha forma de democracia.
WALDORF