domingo, maio 18, 2003

QUANTO MAIS NOS BATEM…
Lamentam-se os jovens do Complot da pancadaria a que têm sido sujeitos, nos últimos tempos, pela blogosfera. Toda? Não! Um pequeno blog resiste, ainda e sempre … (ando a ler demasiada BD francófona! Não era isto que queria dizer…). Acho que a blogosfera, ou pelo menos a sua facção mais pensativante tem desancado a estudantada latu sensu, mas não estudantes individuais. Como em todos os grupos, existe, felizmente, diversidade. Basta ler o post do Waldorf sobre as profissionais do alterne em Bragança e comparar os ternurentos adjectivos que lhes dirige um velhote connoisseur, das putas que, em geral, são vistas como mal-encaradas, grosseiras e pouco limpas. Há excepções honrosas. Portanto, gente boa do Complot, a humanidade (ainda) não está perdida. Enquanto houver gente brilhante e apaixonada infiltrada em qualquer grupo profissional, há esperança. A propósito, cito uma citação de Nelson Rodrigues que copio descaradamente da Coluna Infame:
«Falei da ascensão do idiota. No passado, eram os "melhores" que faziam os usos, os costumes, os valores, as ideias, os sentimentos etc. etc. Perguntará alguém - "E que fazia o idiota?". Resposta: - fazia filhos (...) E, de repente, tudo mudou. Após milénios de passividade abjeta, o idiota descobriu a própria superioridade numérica. Começaram a aparecer as multidões jamais concebidas. Eram eles, os idiotas. Os "melhores" se juntavam em pequenas minorias acuadas, batidas, apavoradas. [penso que aqui está a falar de nós…] O imbecil, que falava baixinho, ergueu a voz; ele, que apenas fazia filhos, começou a pensar. Pela primeira vez, o idiota é artista plástico, é sociólogo, é cientista, é romancista, é prémio Nobel, é dramaturgo, é professor, é sacerdote. Aprende, sabe, ensina. No presente mundo, ninguém faz nada, ninguém é nada, sem o apoio dos cretinos de ambos os sexos. Sem esse apoio, o sujeito não existe, simplesmente não existe. E, para sobreviver, o intelectual, o santo ou herói precisa imitar o idiota. O próprio líder deixou de ser uma selecção. Hoje, os cretinos preferem a liderança de outro cretino.»
Sejam como essas profissionais de Bragança: limpinhas, educadas e cheirosas. Ou, no vosso caso, venenosos, implacáveis e brilhantes. Afastem-se dos idiotas. Mas aprendam a distingui-los: aqui nos Marretas, parecemos idiotas autênticos. Mas seremos mesmo? (proponho que perpassem por um momento pensativante…)
P.S.: Estariam interessados em ser nossos alunos? Poderíamos aprender umas coisas uns com os outros… (e sempre eram mais uns trocados a entrar na tesouraria da UBI…)
ANIMAL