quinta-feira, maio 29, 2003

SEGREDO DE JUSTIÇA
Ontem estive a prestar declarações, como autor de uma queixa-crime, no Ministério Público. Espantosamente o caso não tem nada a ver com crianças nem sacos azuis ou sequer com a Universidade Moderna (esta mania de ser diferente...). Se calhar a coisa não vai dar em nada, mas também quero ver até onde vai, e como funciona a máquina. O que achei desagradável foi estar numa sala completamente devassada por funcionários a empurrar papéis, amigos dos funcionários ou dos magistrados a passar por ali "só para cumprimentar", enquanto tentava, entre frases interrompidas, dar sentido ao meu discurso e aos meus propósitos, e o pessoal entrava e saía como se fosse um daqueles PutiClubs ao largo das estradas em Espanha. O caso em si não tem nada de especial, mas se estivesse a relatar factos obscenos e íntimos, seria muito desconfortável. Penso que tal como as salas de audiências estão cheias daquelas caganças rituais, os salamaleques entre juízes e advogados, as togas, o meirinho, etc., os gabinetes deveriam proporcionar o mínimo de dignidade e privacidade.
Não sei se a coisa está em segredo de justiça, mas para não armar merda, não digo mais nada. Se ganhar a causa e receber uma indemnização que se veja, pago uma jantarada ao pessoal.
Muitos prometem, o Animal cumpre.
ANIMAL