sexta-feira, julho 18, 2003

CULTURA DE EXIGÊNCIA
Há algumas semanas contei aqui a magnífica história de um candidato a mestrado e do seu orientador. Tinha a ver com a imposição de normas formais (formatação do texto, irrelevância dos conteúdos científicos, etc.).
Agora a coisa tomou novas proporções: o conselho científico da instituição onde decorre esse mestrado devolveu a tese à procedência com base nestas pertinentes razões:
1 - o tipo de letra usado para identificar a instituição não concide com o tipo de letra oficial usado para identificar a instituição (foi usado Times New Roman, quando deveria ser Garamond);
2 - o orientador estava identificado como Professor Dr. quando deveria estar escrito Professor Doutor.
Excelentes motivos, estes. Com a vantagem que, enquanto o candidato refaz a capa da tese e a volta a encadernar e a entrega de novo na escola, paga pelo menos mais um mês de propinas (45 contos).
Ainda há quem se queixe que neste país não há uma cultura de exigência... é mesmo vontade de dizer mal! Que gente!
ANIMAL
(Ápedeite do poste: ófe da récorde, fizeram saber ao candidato que, para além das razões antes enunciadas, outros motivos relevantes foram debatidos: o facto de a capa não ser dura; um gráfico cuja cercadura não estava completamente fechada (a informação numérica podia sair pela abertura...); e last but not least, as páginas não tinham "aquele risquinho por cima" (header, para os paneleirotes que, como eu, gostam de saber os nomes das coisas inúteis). Portanto, razões mais do que suficientes para rejeitar uma tese. Fim do ápedeite.)