terça-feira, julho 22, 2003

MEMÓRIAS DE FIM DE SEMANA
Hoje apetece-me recordar uma revista que já pertenceu, em tempos, ao imaginário dos portugueses e que hoje já não se encontra em nenhum quiosque. Hesitei entre a Crónica Feminina e a Bravo em alemão, mas preferi escolher uma espécie de magazine de informação detalhada para o fim-de-semana, com aspirações literárias, modelo que a Visão e a Focus acabaram por copiar. Refiro-me à inimitável Weekend Sex.
Tudo naquela revista era perfeito. A cor berrante, o papel couché, o formato (um vergonhosamente esquecido A5). Com uma narrativa entre Bernardim Ribeiro e Emanuel, Weekend Sex formou gerações inteiras para a literatura.
No limbo entre o erotismo de Henry Miller e a paixão pela aventura de Júlio Verne faziam desta publicação um delicioso acompanhamento para os momentos mais solitários das tardes frias de domingo. “Monte de prazer” ou “masculinidade erecta” são expressões que ainda hoje manifestam uma frescura semântica assinalável.
Espero que o editor, num acto de lucidez, coloque no circuito a colecção completa. Para promover a cultura, esta reedição podia sair como suplemento no jornal Expresso. Que afinal de contas não é mais que uma versão com conteúdos semelhantes, embora aumentada, da saudosa Weekend Sex.
STATLER