quinta-feira, agosto 28, 2003

A CAGADEIRA HOLANDESA (Impressão sem número)
Conhecia a cagadeira normal, modelo Valadares ou Roca, um honesto e humilde assento onde ficamos a pensar em coisas sublimes, no IRS ou na teoria do caos, envoltos pelo fedor e pelos miasmas que sobem do seu interior. Conhecia também a cagadeira à caçador, muito frequente nas áreas de estrada em França, desenhada em função da eficácia e da gestão do tempo. Efectivamente, sentimo-nos coagidos a passar nelas o mínimo de tempo possível - é mesmo para despachar, e uma sorte se não mijarmos os sapatos.
Agora, a cagadeira holandesa é um híbrido das duas anteriores. O utente senta-se, como numa Valadares, mas tem mesmo por baixo de si uma estranha prateleira ligeiramente côncava, onde ficará depositado o produto da sua acção (o cócó, para quem não percebe estes eufemismos; o cagalhão, para quem não souber o que é o cócó...). Apenas a descarga do autoclismo levará tudo na enxurrada, em direcção ao esgoto.
Parece-me um processo de nos fazer ver e obrigar a enfrentar a merda que fizemos. Talvez fosse uma ideia importar o conceito para cá. O conceito, e não a cagadeira...
ANIMAL