sexta-feira, agosto 08, 2003

INFORMAÇÃO A ARDER
A Protecção Civil acusou a comunicação social de assustar as pessoas com a avalanche de notícias acerca dos incêndios. No Jornal da Noite, Rodrigo Guedes de Carvalho mostrou a indignação daquela televisão face a esta acusação, terminando com algo do género: os meios de comunicação cumprem a sua missão e informam. A Protecção Civil que cumpra a sua parte e proteja.
Foi uma saída infeliz. É verdade que as televisões devem mostrar a realidade mas, convenhamos, já há um certo exagero. Para que servem os separadores “Portugal em Chamas”? Como entender peças jornalísticas com recorrem ao slow motion e às músicas de fundo capazes de fazer chorar pedras da calçada? Como explicar a contínua repetição de imagens com pessoas lavadas em lágrimas, animais carbonizados e habitações em chamas? Como justificar o agora habitual oráculo “imagens não editadas”?
Fazer informação é uma coisa. Fazer informação-espectáculo é outra coisa bem diferente. A isto se referia a Protecção Civil. Quer se queira, quer não, há uma grande fatia da população para quem a verdade é apenas o que é veiculado pelas televisões.
WALDORF