sábado, setembro 13, 2003

ALEGRIAS DA PATERNIDADE
A falta de ideias levou-me a dar uma volta pelos blogues do costume e aos outros a que o acaso dos links me faz chegar. Encontrei uma disputa estúpida por causa do 11 de Setembro. O meu (das Twin Towers) foi pior que o teu (do Allende) e vice-versa e verse-viça. Adiante. É um tipo de polémica cujo resultado produz algo de semelhante a um debate entre Berlusconi e Alberto João Jardim sobre a influência de Santo Agostinho e Heidegger no cultivo de beringelas em estufa. Com a mediação de Pacheco Pereira e Nuno Rogeiro, claro.
Dei apenas conta de uma notícia com algum interesse, do cruzes, a avisar-me que as norueguesas se estão a transformar em predadoras sexuais. Amigos da onça, só avisam depois de eu chegar de viagem. Da Holanda à Noruega era um saltinho, e podia ir lá confirmar a informação. Agora, depois de cá estar é que me dizem...
A única notícia que me chamou a atenção, e me despertou a veia (corrijo: o capilar) foi a de que um dos gatos procriou. Fico satisfeito por haver mais um pobre desgraçado (no caso, uma pobre desgraçada) que dentro de alguns anos há-de ter um emprego onde fará descontos para a segurança social, de modo a poder-me sustentar a reforma...
Agora, a futurologia: com um pai assim, a Ritinha será provavelmente uma miúda careta, uma conservadora tradicionalista, que aos cinco anos repreenderá o velhote por ser tão infantil e imaturo. Sei do que falo: a minha, com oito, ficou escandalizada comigo quando a desafiei publicamente para um concurso de tirar macacos do nariz. Ganhava tem tirasse mais, ou o maior ou o mais verde. Anda um pai a criar um filho para isto... só desgostos...
Entretanto, a senhora que faz o favor de dormir comigo quer dar os parabéns ao pai babado que, mesmo sabendo que os pais babados são ridículos, insiste em ser pai babado. (Acho este pensamento estranhamente retorcido, mas, vindo duma mulher - especialmente duma mulher que vive comigo - acaba por ter sentido. Ou não?)
Por fim, uma palavrinha de encorajamento: Coragem, Ricardo, o mais difícil são só os primeiros trinta anos!
ANIMAL