domingo, setembro 28, 2003

OS CALOIROS (MEDITAÇÃO SOBRE AS PRAXES - PART ONE)
Oscilando entre a euforia de "ter entrado" e a agonia de uma radical mudança na existência, sujeitam-se a uma das mais asquerosas, acéfalas e indescritíveis cerimónias de "iniciação" à vida académica.
Talvez convictos que tem mesmo de ser assim, tão obrigatório como as propinas, dói assistir às humilhações e ritos cretinos a que se submetem com um sorriso amarelo e subserviência canina.
Isto faz-me pensar na (duvidosa) alegria dos primeiros cristãos que cantarolavam salmos ao serem lançados aos leões ou ao fogo. Na perspectiva desses pobres coitados, tratar-se-ia apenas de uma situação um tanto ou quanto desagradável - um rito de iniciação - necessário para poder "entrar" no reino dos céus. Pelo menos era este o filme que me contavam na catequese.
Pois o ensino superior não é reino nenhum. É só uma escola. Que está numa república. Que tem uma lei chamada Constituição. Que, a páginas tantas diz o seguinte: "A integridade moral e física das pessoas é inviolável" (Art.º 25º § 1). A não ser que as Ordens da Praxe façam lobbying para eliminar este preceito marxista na próxima revisão, e o consigam, o artigo (e a ideia) é para manter.
(continua...)
STATLER & ANIMAL (frente facho-canhota contra as praxes)