terça-feira, setembro 09, 2003

PORN TO BE WILD (OU ENTÃO NÃO)
O Statler começa por dizer que "A pornografia é um assunto que me interessa bastante em duas vertentes diferentes (...)". E continua por aí fora a falar de "lados" e a inevitável questão da esquerda e da direita e das "posições" que cada "lado" assume perante o fenómeno.
Ora bem. Vamos meter ordem na tasca! (Sim, sou eu, o Animal a querer pôr ordem nisto, vejam só! Mas há assuntos com que não se brinca...). Cá por mim, interessam-me os lados todos, todas as posições e variações sobre o tema (excepto uma ou duas que vi na sex-shop em Amsterdam - embora aceite que haja gostos para tudo).
O Canal 18 tinha uma função democratizadora da coisa. Um gajo tímido (como eu), tinha a possibilidade de aceder discretamente a uma proto-pornografia (digamos que em termos gerais, de nível zero: qualidade da imagem, do argumento, da realização e dos figurantes), mas que poderia desenvolver a vontade de aprender mais, saber mais; que poderia desencadear processos de investigação e aprofundamento das matérias abordadas, levando-o à procura de lojas on-line ou sex-shops "reais" para ginasticar o cartão de crédito e arejar o livro de cheques. Cá estão as vantagens "empresariais": um produto aparentemente fornecido de borla desencadeia o consumo de produtos similares mais especializados, gerando cashflows, animando a economia, ajudando a resolver as enxaquecas da ministra das finanças. Por isso, usando o argumentário dos defensores do capitalismo e da economia liberal, acho que esta atitude do governo revela os fantasmas escondidos no guarda-fatos do nosso primeiro: uma moralização dos costumes de forte pendor estalino-maoísta.
ANIMAL
Noutra ocasião, dissertarei sobre essa forma de pornografia encapotada chamada "gender studies". Mas não vai ser hoje.