segunda-feira, setembro 08, 2003

PORN TO BE WILD
A pornografia é um assunto que me interessa bastante em duas vertentes diferentes: o lado lúdico de consumidor e o olhar analítico do cientista que estuda os fenónemos da cultura. Não tenho contra a pornografia - desde que os intervenientes sejam todos maiores e conscientes dos seus actos - nenhuma má vontade. O consumo de pornografia há já alguns anos que deixou de ser um estigma. Tornou-se em certos meios, aliás, uma demonstração de coolness. O visionamento de filmes pornográficos em grupo é disso um exemplo. Curiosamente, é da esquerda académica (nomeadamente os Cultural & Gender Studies) que chegam as piores acusações à indústria pornográfica: de exploração de uma sexualidade doentia, da alienação do próprio corpo, da reificação do acto sexual, etc. JPH, pergunta às feministas radicais (a quem não podes acusar de serem de direita) o que pensam da pornografia.
Tenho alguma pena que a pornografia se tenha "socializado". Sempre gostei do lado clandestino que a pornografia proporciona (mesmo a mim, que vivo sozinho). Parece-me razoável que os filmes pornográficos hardcore não sejam transmitidos em canal aberto, apanhando inadvertidamente qualquer um que faça zapping depois da meia-noite de fim-de-semana. Apesar da liberalização dos costumes e das quecas por baixo do edredão no Big Brother, a pornografia não deve ser considerada um produto cultural de massas como um qualquer filme do Bugs Bunny.
STATLER