sexta-feira, outubro 03, 2003

MEDITAÇÃO SOBRE AS PRAXES - PART FIVE (EPITÁFIO)
A praxe, em si, seria uma questão menor, se não fosse um reflexo do país que temos e onde vivemos, se não fosse um reflexo de outras questões, essas sim, preocupantes. A praxe é um ritual que tem por função impor a submissão à autoridade, mesmo que essa "autoridade" esteja desprovida de qualquer legitimidade. É mais um instrumento de inserção social não questionada, que subrepticiamente se vai impondo e adquirindo. É mais um instrumento subliminar para a autoreprodução de um modelo social amorfo e conformista.
A iniciação e integração dos caloiros pode ser feita de outras formas, mais próximas daquilo que os futuros doutores querem parecer socialmente: inteligentes, civilizados, cultos, divertidos, mundanos. Mas como têm feito a coisa ultimamente, só revelam grunhice. E é uma pena desbaratar o já parco orçamento do ensino com grunhos que não abdicam de o ser.
Por fim, recordamos o Artigo 21º da Constituição (não sabemos se vai ser eliminado na próxima revisão, mas por enquanto ainda vigora): "Direito de Resistência - Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública." Caloiros, a Constituição outorga-vos o direito de resposta. Usem-no.
STATLER & ANIMAL (frente facho-canhota contra as praxes)