domingo, dezembro 28, 2003

OLHA, DESTA VEZ
Até gostei do Pacheco. Devem andar a meter-me coisas na água, é o que é. Começou com um magnífico BUH!, tenham medo, vem aí um terramoto!, até pensei que ia falar do Santana Lopes, mas como o gajo já anda a fazer estragos há que tempos, não podia ser, era mesmo de terramotos dos naturais. Ainda bem que não moro em Lisboa que porra, era gajo para pensar em mudar prá Beira Interior, que o terramoto mais assustador que pode acontecer aqui é os beirões perceberem que há um mundo inteiro para além da serra da estrela. Enfim, o homem assumiu o papel de grilo falante, pronto, vocações não se discutem, mas morder a mão que lhe dá de comer!, pá, nos dias que correm, é de gajo com agá grande... malhou forte e feio no show do João Baião a libertar presos em directo e a gaja que lhe faz as perguntas cheia de comichões a tentar defender o patronato. Foi bonito de ver. Só não gostei da pilha de livros que o gajo levou, caté já parecia o Martelo. Mesmo com a desculpa que era a colecção toda, e muito bonita e de capas duras e não sei que mais. Parece que é uns textos dum gajo qualquer que já morreu há uma pancadaria de anos, e que escrevia peças de teatro. E o Pacheco achava aquela treta mais interessante e sumarenta cus filmes eróticos que passam na televisão. Gostos. Ok. Eu é a reler as Tânias: posso sempre voltar atrás e ficar o tempo que quiser a ver a mesma figurinha. Nos filmes da televisão não é assim. É verdade: há coisas que as artes gráficas têm que ainda não foram ultrapassadas por estas modernices. Se calhar os textos do tal Shakespeare também são assim. Não sei, mas com bonecos, aqueles livros talvez se vendessem melhor.
ANIMAL