AI É?
O editorial do Expresso de ontem é espantoso. Intitula-se O paradoxo dos media e começa assim: “Muitos dos que hoje falam e escrevem sobre os «media» não perceberam ainda que no universo da informação se deu recentemente uma mudança fundamental. E que mudança foi essa? O aparecimento da Internet.
Seguem-se os pressupostos que levaram o Expresso a perceber o que mais ninguém parece ter entendido.
Antes do aparecimento da Internet, havia um filtro entre o produtor e o consumidor de notícias: a cadeia hierárquica que avaliava a notícia. Ora, dizem eles, na Internet isso não existe: a informação vai directamente dos autores dos “sites pessoais ou dos blogs” para os leitores. E é aqui que se inicia “um processo diabólico”. Os “tablóide” colocam as informações recolhidas na Internet em manchete, as televisões reproduzem essas notícias e os jornais de referência “vêem-se obrigados a dar-lhe espaço”. E assim se chega ao paradoxo: sem imprensa livre não há democracia, mas a imprensa livre está a ameaçar a democracia. Isto, deduz-se, por causa da Internet.
É, sem dúvida, uma descoberta assombrosa. Estou verdadeiramente maravilhado com a sagacidade desta gente.
Mas, já agora, só duas perguntas? Em termos de credibilidade da fonte, qual é diferença entre o que se lê numa carta anónima e o que se lê num blog anónimo? Qual é a diferença entre um texto lido num site pessoal e uma conversa ouvida no barbeiro?
Desculpem lá, mas esta não cola. Não venham agora justificar que a merda feita pelos jornais de referência é consequência da obrigação de citar uma televisão que citou um tablóide que citou um blog pertencente a um gajo que acordou mal disposto porque a noite anterior lhe correu mal.
A verdadeira causa das coisas é que a tal "cadeia hierárquica" está mais preocupada com aumentos de vendas do que com ética e deontologia jornalísticas.
WALDORF
O editorial do Expresso de ontem é espantoso. Intitula-se O paradoxo dos media e começa assim: “Muitos dos que hoje falam e escrevem sobre os «media» não perceberam ainda que no universo da informação se deu recentemente uma mudança fundamental. E que mudança foi essa? O aparecimento da Internet.
Seguem-se os pressupostos que levaram o Expresso a perceber o que mais ninguém parece ter entendido.
Antes do aparecimento da Internet, havia um filtro entre o produtor e o consumidor de notícias: a cadeia hierárquica que avaliava a notícia. Ora, dizem eles, na Internet isso não existe: a informação vai directamente dos autores dos “sites pessoais ou dos blogs” para os leitores. E é aqui que se inicia “um processo diabólico”. Os “tablóide” colocam as informações recolhidas na Internet em manchete, as televisões reproduzem essas notícias e os jornais de referência “vêem-se obrigados a dar-lhe espaço”. E assim se chega ao paradoxo: sem imprensa livre não há democracia, mas a imprensa livre está a ameaçar a democracia. Isto, deduz-se, por causa da Internet.
É, sem dúvida, uma descoberta assombrosa. Estou verdadeiramente maravilhado com a sagacidade desta gente.
Mas, já agora, só duas perguntas? Em termos de credibilidade da fonte, qual é diferença entre o que se lê numa carta anónima e o que se lê num blog anónimo? Qual é a diferença entre um texto lido num site pessoal e uma conversa ouvida no barbeiro?
Desculpem lá, mas esta não cola. Não venham agora justificar que a merda feita pelos jornais de referência é consequência da obrigação de citar uma televisão que citou um tablóide que citou um blog pertencente a um gajo que acordou mal disposto porque a noite anterior lhe correu mal.
A verdadeira causa das coisas é que a tal "cadeia hierárquica" está mais preocupada com aumentos de vendas do que com ética e deontologia jornalísticas.
WALDORF
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