segunda-feira, outubro 11, 2004

CENSURA E CANDURA
A novela “Marcelo Rebelo de Sousa” traz o país em sobressalto. O interesse é tanto que o assunto já rivaliza com as conversas acerca da Quinta das Celebridades.
E, no entanto, esta novela é apenas uma mistura de inabilidade política de uns com habilidade de outros, é apenas mais um caso entre os milhares que acontecem todos os dias pelo país fora.
Por acaso alguém leu isto?
Alberto João Jardim ameaça expropriar o Diário de Notícias da Madeira, por não concordar com as notícias publicadas pelo jornal mais lido da ilha
E isto?
A censura
Podem ainda ler Warren Breed, Sturt Hall ou Jon Soloski, por exemplo, e percebem imediatamente que o processo de produção noticiosa está condicionado por uma infinidade de factores que escapam ao leitor. Aliás, basta olhar para a relação entre a imprensa regional e as autarquias para se perceber que, em muitos casos, a interdependência é absoluta. À esquerda e à direita.
Hoje, por fim, alguém pôs o dedo na ferida:
António Vitorino: «E essa questão [regulação dos mass-media] passa não só pela criação de uma Alta Autoridade para a Comunicação Social, cuja reformulação pode ajudar à regulação do sector, mas também pela capacidade de auto-organização dos jornalistas e da opinião pública em relação aos meios de comunicação social».
Ou seja, pensar que a solução para este problema se encontra na esfera da político-económica é tempo perdido ou ingenuidade.
WALDORF