quarta-feira, janeiro 19, 2005

A LOUCURA NÃO EXPLICA TUDO
Foi já há 60 anos, foi ainda há poucochinho.

“Em nenhuma altura da sua longa e tortuosa implementação o Holocausto entrou em conflito com os princípios da racionalidade. A ‘Solução Final’ não chocava em nenhum aspecto com a procura racional da eficiência, a orientação centrada nos objectivos. Pelo contrário, nasceu de uma genuína preocupação racional e foi gerada pela burocracia na sua verdadeira forma e propósito. O Holocausto seria impensável sem tal organização burocrática. O Holocausto não foi uma extracção irracional dos resíduos ainda não completamente erradicados da barbárie pré-moderna. Foi um legítimo habitante da casa da modernidade; na realidade, um habitante que não sentiria como seu nenhum outro lar.”

Zygmunt Bauman, The Modernity and the Holocaust
(tradução: Statler, com preciosa ajuda de bonequinha do Quino)