sábado, maio 21, 2005

SÃO DOIS METROS DE LIVROS, SFF
Imprensa francesa acusada de desvalorizar o produto cultural
Este argumento dos sindicatos livreiros franceses é um sério candidato ao prémio Corporativismo Pacóvio 2005. Para além da preocupação que demonstram com o seu negócio, que é compreensível, estes senhores dizem que o livro – enquanto produto cultural – perde dignidade por ser distribuído em larga escala e, consequentemente, ter um preço mais acessível.
Este é, aliás, um pensamento muito em voga no campo investigação: é preferível um livro empoeirado numa biblioteca qualquer, a esse mesmo conteúdo disponibilizado num sítio da Internet. Puro engano. O livro, a música ou a investigação só têm a ganhar quando são circulam, quando são comentados e criticados. O que interessa verdadeiramente é o conteúdo e não o continente.
Prefiro ter os meus trabalhos disponíveis gratuitamente num servidor alojado nas ilhas Tuvalu, a tê-los numa belíssima encadernação em ouro situada na estante 32 da biblioteca de Oxford.
Afinal, estes sindicatos gostam é dos clientes que compram livros a metro, com lombadas que combinem bem com as cortinas da sala.
WALDORF