MANOBRAS EM S. BENTO
Durante a última semana, a agenda mediática foi dominada pelas eleições presidenciais que decorreram num país chamado Estado Unidos da América. Graças a isso, o Governo esteve a salvo da crítica durante uns dias.
Parece-me claro que estas eleições são uma manobra de S. Bento. Só a Central de Comunicação do Governo poderia imaginar um acto eleitoral capaz de afastar a atenção mediática da política interna. É óbvio que o país onde supostamente decorreram as eleições é uma invenção. Embora a manobra tenha sido quase perfeita, escaparam alguns pormenores.
- Acham que é possível existir uma democracia onde um candidato presidencial pode ganhar tendo menos votos do que o adversário?
- Acreditam que pode existir um país desenvolvido onde o acto eleitoral comece duas semanas antes no dia marcado, só para que não se formem filas?
- É normal o resultado de um acto eleitoral demorar semanas a ser validado e tudo acabe por ser decidido por juízes nomeados por uma das partes envolvidas?
- E, para terminar, acham que cerca de 110 milhões de pessoas se incomodavam com uma votação onde se tem de optar entre dois candidatos semelhantes? Era como nos pedirem agora para optarmos entre Freitas do Amaral e Mário Soares.
Podem ser apenas pormenores, é certo, mas tudo leva a crer que este acto eleitoral tenha sido uma manobra de diversão engendrada pelos assessores de S. Bento.
WALDORF